FIPAN 2018 | Mondial Du Pain | “É de todos os padeiros”

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E se, ao invés de chutar uma bola, o brasileiro nascesse fazendo pão? E se te disséssemos que este é um cenário não tão longe da realidade e que há, sim, brasileiros que nascem e crescem no fundo de pararia e que conhecem todos os segredos de como se fazer um bom pão? Agora, vamos imaginar que, de tempos em tempos, os melhores padeiros do mundo se reuniriam e que o Brasil mandará um representante à etapa final e que todos prestaremos atenção e torceremos para que o país tenha “o melhor padeiro do mundo”?

Bom, é claro que ele não terá a mesma atenção dos veículos de comunicação que têm nossos amigos da bola, mas, em 2019, o Brasil será, sim, representado na final do Mondial du Pain, organizado pela Puratos em Nantes, na França, e a eliminatória brasileira aconteceu durante a FIPAN 2018, na Arena do Pão. Foram quatro dias de competição, com preparação de receitas tradicionais da panificação, além da confecção de uma escultura de pão, e apresentação de tudo para a observação e degustação por parte dos jurados internacionais do concurso.

UM JÚRI FORTE, UM TIME MAIS FORTE AINDA!

Johannes Roos, padeiro alemão radicado no Brasil, Embaixador do Pão e especialista em fermentação natural da Puratos foi um dos mestres de cerimônia da competição, junto com Carol Fiorentino, e coordenou o júri, que tinha entre seus integrantes Rogerio Shimura, da Escola Levain, que irá sediar o treinamento do vencedor para a etapa final do concurso, Papoula Ribeiro e os estrangeiros Sylvain Herviaux, Roger Farjaud e o embaixador do pão na Bélgica, Stephane Van Cauwenberg..

Nomes fortes da panificação nacional participaram do concurso: Marcos Satiq, Carlinhos Cardoso, Fernando de Oliveira, Marcelo Marques, Jéssica Nascimento, Gilberto Santos, Ezequiel Santana, Jefferson Barbosa, Rodolfo Maniçoba, David Anderson Morais, Allison Morais e Débora Sartori formaram o time de 12 finalistas, que deram show durante o evento. “É uma oportunidade muito boa, pra mim. É muita troca de conhecimento, uma grande oportunidade de crescimento”, diz o competidor paulistano Carlinhos Cardoso, consultor de panificação e confeitaria de origem simples e que, hoje, desenvolve produtos e cardápios e desenvolve treinamentos para algumas das maiores e melhores empresas do setor na capital do Estado.

OS PREMIADOS

Apesar da grande quantidade de produtos e quesitos avaliados, os prêmios se concentraram entre quatro participantes: Começando pela paulista Débora Sartori, que venceu com o melhor Croissant, passando pelo pernambucano Gilberto Santos, que levou o terceiro lugar geral. “Chegar em terceiro lugar, pra mim, é uma felicidade enorme! Eram mais de 1500 inscritos, depois 120, depois 60, agora, foram doze e tudo é decidido por frações de números… eu me sinto um vencedor. Todos os doze são vencedores”, sentencia Gilberto. Quem venceu mais categorias foi a mineira Jéssica Nascimento, que levou os prêmios de melhores Brioche, Pão Saudável, Receita Própria e melhor Escultura, além de ficar com o segundo lugar na classificação geral. “Foi uma oportunidade incrível! Eu consegui mostrar meu trabalho da forma que eu queria. Panificação é a minha paixão e ter este reconhecimento é uma coisa maravihosa!”, afirma Jéssica, que diz ter dormido muito pouco enquanto treinava, para que tudo desse certo durante o transcorrer da final.

O GRANDE VENCEDOR

Mas o grande campeão da noite (que teve o desempenho mais regular em todas as categorias) foi o também paulista Fernando de Oliveira. Ele ficou com o prêmio de melhor Baguete Francesa e ainda foi agraciado com o primeiro lugar geral, vencendo o campeonato e ganhando a vaga brasileira na final mundial. “É uma honra muito grande vencer uma competição como esta e, agora, é ir lá e representar o Brasil da melhor forma possível”, declara. “Eu me dediquei muito [à panificação], foram mais de 25 anos de profissão e eu treinei muito para esta competição. Foram mais de dois meses treinando muito, sem fins de semana, pra poder chegar aqui, montar a escultura, que deu muito trabalho, era muito complexa. A gente tem que aprender, né? Eu acho que eu aprendi”, diz, com humildade. E, com mais humildade, completa: “Eu acho que este prêmio não é meu. É de todos os padeiros! Eu sou padeiro, sou de padaria e este prêmio é para provar que o brasileiro também sabe fazer pão!”

Agora, é a hora de Fernando treinar muito, pois o páreo, na França, será muito duro! O profissional terá Johannes Roos como coach e a ajuda irrestrita de Rogério Shimura e sua equipe da Levain Escola de Panificação e Confeitaria, que também cederá o espaço para o desenvolvimento do arsenal de produtos que Fernando levará para a competição. “Agora, é treinar bastante! Sentar com ele [Johannes] e ver o que vamos fazer, mas é treinar muito, muito, pra fazer bonito, lá na França!” Boa sorte, Fernando! O Brasil já se orgulha muito de você, mas torce pelo seu melhor desempenho em Nantes!

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Autor: pre