Para aonde caminha a alimentação da humanidade.

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No dia 16 de março, o Euromonitor International – provedora global de inteligência estratégica de mercado – divulgou seu relatório com as “Top Megatendências Globais para o Setor de Alimentação em 2018”. Todas ompartilham de direcionamentos comuns, com o poder de transformar e provocar rompimento de conceitos em categorias inteiras de produtos, ao mesmo tempo em que oferecem oportunidades de crescimento sustentável e ganho de imagem às empresas que aderirem a essas novas ideias. Entre elas, o conceito de “Vida Saudável” continua a se destacar como a mais importante, com pique para gerar sensíveis impactos no setor de alimentos. Mas existem muitas outras, e você precisa conhecê-las para se atualizar, aperfeiçoar os negócios de sua padaria e claro, faturar mais. Confira!

1. VIDA SAUDÁVEL: DE VOLTA À NATUREZA E NÃO AO AÇÚCAR
Em 2018, a tendência de “Vida Saudável” abraça duas subtendências: a “De Volta à Natureza” e a “Naturalmente Funcional”. A indústria de alimentos continua a mudar seu foco do conceito de controle de peso para o de nutrição e bem-estar natural.
De uma forma geral, a indústria viu um crescimento no “De Volta à Natureza”, definido pela busca dos consumidores pelos chamados “alimentos crus”, ou seja, aqueles não cozidos e não processados, que não devem ser aquecidos acima dos 48ºC para preservar o seu conteúdo de vitaminas e minerais naturais. Com o açúcar se tornando o novo vilão no debate sobre obesidade, o consumo de lanches saborosos, bem com o de gorduras e grãos saudáveis voltam à cena em 2018.
Enquanto isso, a subtendência “Naturalmente Funcional” mantém foco sobre a saúde intestinal, que tem ligações com a saúde mental e o desempenho.
O aumento desta tendência concentra-se em: 1) alimentos fermentados; 2) grãos e probióticos ancestrais; e 3) gorduras saudáveis.

2. PREMIUMNIZAÇÃO: REDEFININDO INDULGÊNCIA
A indulgência sempre foi, é e sempre será um fator central no direcionamento das tendências alimentares. No entanto, ela está mudando de forma e de conteúdo, já que os consumidores desejam produtos diferentes para ocasiões diferentes e em diferentes regiões geográficas. Assim, a redefinição da indulgência se deu por meio de
mudanças não só nos ingredientes, como também nos conceitos de saúde, ética e sabor.

3. VIDA ÉTICA: ALIMENTOS À BASE DE PLANTAS E ALIMENTOS DE ORIGEM
Introduzida pela “Geração X” – pessoas que nasceram entre 1960 e 1982 –, “Viver com Ética” representa
a megatendência que mais rapidamente se propagou no setor da alimentação, com 30% dos consumidores relatando que estão comprando diretamente de fornecedores locais. Há uma nova ênfase nos alimentos à base de plantas e de origem, que utilizam proteínas vegetais, insetos, resíduos alimentares ou alimentos e procedência de origem em sua produção.

4. EXPERIMENTE MAIS: DA COMPRA À CRIAÇÃO
Essa megatendência para a alimentação em 2018 dá conta da mudança dá ênfase ao ato de comprar para os consumidores, que passa da posse para experiência. Seguindo esse drive a Kellogg’s, por exemplo, passou a oferecer a Bear Naked, uma linha de cereais que permite ao consumidor customizar sua granola, enquanto a marca de chocolates KitKat lançou uma promoção por meio da qual os consumidores participam de um concurso de personalização de embalagens, sendo que os vencedores ganham o direito de ter seus rostos estampados no pack do produto.

5. EXPERIÊNCIA DE COMPRA REINVENTADA: MODELOS ALTERNATIVOS DE NEGÓCIOS
Até 2021, a chamada mercearia moderna (supermercados e hipermercados) será responsável por menos da metade do comércio total de bens de consumo. Na alimentação, esse setor ainda é muito importante, mas especialmente nos mercados ocidentais, os modelos de negócios alternativos – como serviços de assinatura e híbridos online/offline – estão crescendo exponencialmente.

6. MUDANDO AS FRONTEIRAS DO MERCADO: O EXOTISMO GLOBAL
Resultante do aumento da imigração da população muçulmana em todo o mundo, esta megatendência afeta principalmente os ingredientes e as refeições.
Como as tendências alimentares tendem a acompanhar a migração, em 2018 espera-se um pequeno aumento dos sabores inspirados na Síria e do Oriente Médio nos mercados ocidentais. Nesse cenário, a comida “Halal” (certifi cada de acordo com os princípios islâmicos, no que diz respeito aos procedimentos de fabricação de receitas e abate de animais) també deverá ser observada com atenção em 2018.

7. RECUO DA CLASSE MÉDIA: QUALIDADE ACESSÍVEL
Gerando impacto principalmente nas categorias de alimentos básicos, esta megatendência está se tornando mais aparente nos mercados em que a diminuição das despesas com comida e encolhimento das famílias se evidenciam. O número de famílias monoparentais (quando apenas um dos pais arca com a responsabilidade de criar os filhos) dobrou nos Estados Unidos ao longo dos últimos 20 anos. Enquanto isso, a desigualdade de riqueza está piorando, com grupos de baixa renda em todo o mundo crescendo a uma taxa muito mais rápida do que há uma década.

8. CONSUMIDORES CONECTADOS: TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
Tornando-se cada vez mais comum na Ásia-Pacífi – co, mas também em metrópoles como Nova York, Londres e Hong Kong, a tendência de uma proposta não relacionada a produtos está se manifestando por meio das redes e plataformas sociais, cadeias de suprimento ativadas ou melhoradas pela via digital, além de práticas de distribuição inovadoras, tais como a internet.

9. JUNTANDO TUDO – MARCAS DISRUPTIVAS
Uma palavra-chave favorita para 2018 é a disrupção. Esse conceito de quebrar paradigmas fez com que multinacionais donas de marcas com muito tempo de mercado adquirissem empresas iniciantes ou lançassem seus próprios laboratórios de inovação. Essas marcas disruptivas tendem a aproveitar simultaneamente várias megatendências e são ágeis e responsivas às necessidades de mudança dos consumidores. Assim, elas
inovam rapidamente e podem criar sua própria categoria de nicho, derrubar uma marca famosa no âmbito de uma categoria existente, adotar uma nova tecnologia ou ainda causando disrupção por meio de uma nova estratégia de marketing ou canal de atuação.

Fonte: Revista IPC

Categorias: Notícias

Autor: pre